Num mundo repleto de informação como vivemos hoje é fácil encontrar um farta oferta de livros e cursos versando sobre liderança e instruindo líderes na tarefa de motivar pessoas para que trabalhando juntas, entreguem resultados sempre bastante agressivos em grandes ou pequenas corporações.

No entanto, a tarefa de liderança requer bem mais que técnica, uma vez que, a diversidade humana, traz consigo uma enorme variação de talentos e sentimentos que requer de um líder além de conhecimento, sensibilidade e humanidade para administrar com bastante frequência o imponderável no comportamento humano.

Em equipes multifuncionais, formadas de jovens adultos e colaboradores mais seniors, quantas vezes até mesmo as diferenças de geração aumentam o tamanho do desafio de um líder para alinhar objetivos e garantir que todos estejam, por assim dizer, remando na mesma direção. No cenário cada vez mais complexo em que vivemos e interagimos, com as gerações de milleniuns, X, Y trabalhando juntas, a liderança por talentos se consolida como um recurso atemporal e de enorme valor.

Mas a capacidade de identificar talentos nas pessoas precisa ser desenvolvida e por mais talentoso que seja um líder, tarefa de identificar talentos leva tempo, demanda interesse genuíno de conhecer o outro e muita atenção a pequenas ações, paixões pessoais e interesses muitas vezes não relacionados à atividade secular que os colaboradores exercem nas organizações.

No mundo acelerado que cobra resultados de dois dígitos em períodos fiscais de 12 meses, o desafio do líder fica ainda maior porque quando ele mais precisa de tempo, esse recurso lhe é negado. Nesse cenário, surgem os testes e algorítimos que se propõem a ajudar o líder a identificar o talento que caracteriza cada um de seus colaboradores. Na vasta oferta de ferramentas, alguns algorítimos se mostram pouco assertivos, outros sim, oferecem vislumbres acerca dos talentos de cada indivíduo, mas ainda que assertivos os talentos identificados ainda são quase que sugestões de áreas com potencial de desenvolvimento.

Cabe então ao líder, coletar os vislumbres de talento elencados pelas ferramentas e num processo de intelecção, fazer exercícios de conexão de idéias para alinhar talentos e atividades pertinentes a função de cada colaborador com o intuito de gerar um rotina de trabalho que permita ao colaborador explorar seus talentos individuais executando as tarefas que farão a equipe em conjunto entregar os resultados de dois dígitos esperados pelas organizações.

Você leitor, deve estar agora pensando, bela teoria mas será mesmo que na prática corporativa é possível e factível a um líder alinhar atividades com talentos individuais ?

Sim, é possível, muito embora nem sempre os resultados de tal prática sejam satisfatórios. O sucesso de tal intento depende de ambos, líder e liderado e como todo trabalho em equipe a energia e dedicação de ambos precisa ser alinhada na mesma medida para conquista de objetivos comuns.

Para garantir o sucesso da prática com engajamento de ambos, líderes e liderados, a base de qualquer projeto envolvendo equipes parece estar na construção de relacionamentos de confiança. Uma pesquisa da consultoria McKinsey e Co com cerca de 25 organizações de ajuda humanitária identificou em mais de 15 diferentes e complexos cenários, que confiança é o elemento mais importante para o sucesso de equipes trabalhando juntas em situações altamente complexas de socorro humanitário.

Se o estabelecimento de confiança permite que um grupo de ajudadores seja bem sucedido no atendimento de emergências humanitárias em cenários carentes de recursos de todas as naturezas, imagine quão revolucionário pode ser em nossos ambientes cenários corporativos.