Momentos de crise organizacional ou eventos que gerem mudanças provocam sentimentos paradoxais nos colaboradores. É fato que em geral apreciamos as rotinas previsíveis do dia a dia, mas o ambiente de negócios é muito dinâmico e impõe mudanças com tamanha frequência que pode gerar um estado patológico de estresse emocional nos colaboradores. Nesse post vou comentar alguns dos sentimentos bastante comuns aos processos de mudança coporativa com o objetivo de aumentar a consciência das alterações que os processos de mudança provocam e assim maior preparo emocional para enfrentá-los de forma saudável:
- Negação: Os processos de mudança corporativa causam em muitas pessoas um sentimento de negação semelhante ao que ocorre em situações de perda emocional, portanto, não raro, há uma tentativa de resistência a mudança como tentativa de preservação da zona de conforto. Apesar de legítima, a reação de negação é profundamente dolorosa para os colaboradores, uma vez que as mudanças corporativas certamente impõem alterações de rotinas que não são negociáveis a bom termo na maior parte dos casos. Uma postura saudável na percepção da negação é o entendimento detalhado da nova rotina proposta, suas semelhanças e diferenças com a rotina atual, de modo a selecionar os aspectos que provocam maior alteração da zona de conforto de forma consciente e minimamente controlável emocionalmente.
- Medo do desconhecido: Um processo de mudança corporativa pode acompanhar alteração de políticas e não raro alteração de gestão gerando nos colaboradores um sentimento de medo diante do desconhecido. A falta de ciência sobre as expectativas de uma nova gestão pode gerar sentimentos de incerteza quanto a aceitação do trabalho entregue e tirar a tranquilidade do colaborador. Aliado a esse sentimento, preconceitos e leituras pessimistas do cenário podem levar o colaborador a um sentimento de desesperança e desmotivação.
- Desesperança: A desmotivação e falta de vontade de investir energia nas tarefas do dia a dia são os sintomas da desesperança. O processo de mudança torna dificuldades do dia a dia ainda mais difíceis de superar, uma vez a que perspectiva de evolução é colocada a margem num processo de mudança quando novas políticas, novos valores e em muitos casos novos estilos de gestão são implementados . Quando presente apenas em curto processo transitório a deseperança pode ser superada se a experiência de mudança se mostrar positiva, mas caso a transição se prolongue ou a experiencia de mudança for negativa o colaborador após algum tempo passa demonstrar sinais de estresse emocional.
- Estresse emocional: O estresse emocional é debilitante ao colaborador, a medida que lhe falta energia mínima necessária a execução de suas atividades. Não há prazer nas atividades propostas, um sentimento de inadequação e falta de reconhecimento são muito presentes e a perfomance na realização das atividades decai em qualidade. É o momento onde muitos colaboradores já sentem esgotamento de sua relação com o empregador e se sentem compelidos à busca de novo ambiente de trabalho mesmo que para execução de igual atividade, como um forma de livramento de um ambiente hostil a sua psiquê.
Apesar dos sentimentos negativos descritos acima serem bastante presentes nas organizações, um processo de mudança pode ser muito positivo e se bem administrado, pode ser fonte de desenvolvimento aos colaboradores.
Uma adequada apresentação dos motivos de mudança e atenciososo trato das inquietações individuais e coletivas por garantir um processo emocionalmente saudável com retenção de talentos e fortalecimento de confiança entre os integrantes do processo. Em todo o processo escuta ativa, comunicação clara e alinhamento de expectativas podem transformar um processo potencialmente patológico em uma experiência de crescimento.
Comente suas experiências de mudança corporativa e os impactos que sofreu ao longo do processo sejam eles positivos ou negativos.