Dentre as muitas ferramentas de auto-reflexão, um exercício acessível a todos nós é a observação. Vivemos vidas aceleradas e nem sempre criamos espaço em nossas rotinas para observar e refletir sobre o que observamos, a fim de aprender com o significado do que vemos.
Numa das atividades que realizamos como parte do Programa de Master – IMHL fizemos um exercício de observação numa galeria de arte. Compartilho o exercício nesse post para que você leitor, possa adaptar e também utilizar a observação como ferramenta de auto-reflexão.
Visitamos uma Galeria de Arte muito especial, situada na parte antiga de Montreal, mais precisamente na Rua Saint-Hélène. A galeria se chama “AVMOR Collection” e tem uma história que me despertou a curiosidade e atenção mesmo antes de conhecer as obras ali expostas.
Avmor é o nome de uma empresa canadense, hoje situada em Laval, Quebec e fundada pelo Sr. Avrum Morrow.
Segundo os relatos do livro, The Avmor Collection*, o Sr. Morrow sempre valorizou a influência positiva da arte sobre a vida. Ele é fascinado pela capacidade de invenção e criação dos artistas, dessa forma estimulou um grande número de artistas profissionais e amadores a criarem pinturas, desenhos e fotografias sobre a rua Saint-Hélène.
As obras foram colecionadas sem julgamentos. O objetivo do Sr. Morrow era colecionar as muitas interpretações que o edifício da empresa Avmor, localizado na rua Saint-Hélène, evocaria sobre os artistas, jovens ou experientes, famosos ou desconhecidos.
A coleção foi constituída durante 40 anos e mostra como uma mesma obra de arte pode ser vista de maneiras tão diferentes e exclusivas.
Em visita à Avmor Collection, após ouvirmos brevemente a história da coleção, fomos convidados a olhar as muitas obras e escolher aquela que nos chamasse mais atenção.
No processo de observação olhei atentamente a obra de arte escolhida por cerca de 5 minutos e para além das características mais evidentes, busquei os detalhes e fiquei atenta aos pensamentos que me vieram a mente durante o exercício de observação. Outras imagens, correlações, pensamentos e até mesmo sentimentos foram evocados.
No processo de observação foi interessante identificar quais características da obra de arte me pareceram mais relevantes, as cores que me atraíram e os aspectos, as texturas que me chamaram especial atenção.
Feito o escrutínio da observação imediata da obra de arte, a atividade seguinte era fazer a transição de como as características observadas de alguma forma expressam a minha maneira de ver a vida, a maneira como eu me relaciono com o trabalho, familiares e amigos.
Ao fim da reflexão, escolhemos um colega para compartilhar nossas percepções e observações. Primeiramente descrevemos a obra de arte escolhida de nossa maneira única e só depois mostramos a obra de arte ao colega.
A observação e reflexão de uma obra de arte nos permite identificar sentimentos e percepções que refletem o momento que vivemos e a maneira como nos relacionamos com o mundo. São os nossos olhos selecionando os detalhes e nossa mente conferindo significado ao que vemos. A oportunidade de compartilhar nossas reflexões e ouvir as reflexões do outro completam a experiência.
O exercício reforçou meu conhecimento sobre algumas de minhas características e me permitiu refletir sobre algumas outras que usualmente ficam ocultas de minha própria percepção na rotina do meu dia a dia.
Caro Leitor, você conhece ou pratica exercícios de observação? Comente conosco.
* The AVMOR Collection La Collection AVMOR, ISBN O-9682946-2-6, publicado em 03 de Abril de 2004 por AVMOR ART AND CULTURAL FOUNDATION
Créditos da foto de ilustração – jonycunha on VisualHunt/CC BY-SA
Parabéns pelo Post. Já, já virará uma Youtuber!!!! 😉
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